SITE EM CONSTRUÇÃO

O Conceito de Metodologia

 

O termo metodologia, apesar de ser muito utilizado, não possui uma definição amplamente aceita. A nível geral, entende-se como metodologia uma série recomendada de passos e procedimentos que devem ser seguidos para obter-se o desenvolvimento de um sistema de informação (Yourdon, 1995, p. 97).

 

De acordo com Avison e Fitzgerald (1997, p.10), é o conjunto formado por procedimentos, técnicas, ferramentas e documentação que auxiliará os responsáveis pelo desenvolvimento de sistemas em seus esforços na implementação de um novo sistema de informação.

 

Uma metodologia consistirá de fases, cada uma consistindo de sub-fases, que orientarão estes responsáveis na escolha das técnicas que deverão ser mais apropriadas a cada estágio do projeto e também auxiliá-los a planejar, gerenciar, controlar e avaliar o projeto do sistema de informação.

 

Maddison apud Avison e Fitzgerald (1997, p.418) define metodologia como sendo um conjunto recomendado de filosofias, fases, procedimentos, técnicas, regras, ferramentas, documentação, gerenciamento e treinamento para o desenvolvimentos de um sistema de informação. Verifica-se neste conceito a inclusão, entre outros, de filosofias que são as teorias e crenças que norteiam os objetivos e procedimentos de uma metodologia.

 

Flynn (1992), discordando dos autores anteriores, afirma que o termo metodologia não é apto no contexto de desenvolvimento de sistemas e que o termo método seria perfeitamente adequado para descrever o que vem sendo chamado de metodologia.

 

No entanto, considerando-se que o termo metodologia inclui certos elementos, como por exemplo a filosofia que orienta todo o processo, que não são considerados pelo conceito de método, pode-se concluir sua abrangência e adequação ao contexto de desenvolvimento de sistemas de informação. Neste trabalho será utilizado o conceito expresso por Maddison.

 

A necessidade de metodologias

 

Os primeiros sistemas de informação desenvolvidos, na década de 60, foram largamente implementados sem o auxílio de uma metodologia explícita de desenvolvimento de sistemas de informação.

 

Nestes anos, as pessoas que implementavam sistemas de informação eram programadores que não tinham, necessariamente, habilidades adequadas de comunicação ou compreensão das necessidades dos usuários.

 

Na realidade havia a preocupação com as habilidades técnicas dos programadores, deixando-se as demais para um segundo plano. Adicionalmente, os sistemas de informação desenvolvidos geralmente custavam muito mais como também demoravam além do esperado para serem colocados em uso.

 

Poucos programadores seguiam algum tipo de metodologia baseando-se, em sua maioria, na própria experiência. Modificações no sistema em desenvolvimento, devido a novas necessidades de seus usuários ou a uma deficiência na especificação inicial destas necessidades, levavam a efeitos indesejáveis e inesperados nas demais partes do sistema.

 

Adicionalmente, o uso crescente da TI associado a necessidade gerencial por sistemas apropriados levou a situação onde tornou-se necessário um método capaz de orientar o desenvolvimento dos Sistemas de Informação.

 

Na década seguinte verificou-se as seguintes mudanças:

  1. O reconhecimento crescente de que parte do desenvolvimento de sistemas envolve análise, projeto e construção existindo, portanto, funções distintas de analista de sistema e de programador;
  2. A conscientização de que as organizações estavam crescendo em tamanho e complexidade, sendo mais desejável sistemas de informações integrados do que soluções específicas para os problemas de cada processo organizacional.

 

Em resposta ao cenário formado na década de 70, passou a ser utilizado um modelo metodológico para desenvolvimento de sistemas de informação: o modelo Waterfall.

 

Também conhecido como análise de sistemas convencional ou ciclo de vida do desenvolvimento de sistemas, este modelo teve e tem um papel fundamental na área de Sistemas de Informação, sendo a base sobre a qual foram criadas a maioria das moldernas  metodologias existentes (Shah e Avison, 1995).